Dia Mundial da Homeopatia

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Zum Geburtstag viel Glück! Zum Geburtstag viel Glück!

Zum Geburtstag, lieber Hahnemann Zum Geburtstag viel Glück!

Oi queridos amigos! Hoje faz exatamente 265 que Hahnemann, o fundador da homeopatia nasceu. E sim, a homeopatia favorece a longevidade, porque ele viveu até os 88 anos de idade e teve uma vida muito produtiva, útil e criativa. Tanto é que até hoje nós estamos aqui, estudando e dando continuidade ao seu trabalho.

Sua biografia é bem extensa, imaginem um ariano dando novos rumos para a medicina! E para comemorar o dia Mundial da Homeopatia, eu quero contar para vocês um pouco mais sobre a vida dessa pessoa genial que foi Christian Fredrick Samuel Hahnemann.

Ele nasceu dia 10 de abril de 1755, em Meissen, uma pequena cidade da Saxônia (atualmente Alemanha). Seu pai era um pintor de porcelanas, na época essa era a principal fonte de riqueza do país, então seu pai o incentivou a estudar idiomas (no total ele falava 11 línguas), para que futuramente ele pudesse comercializar a arte mundo a fora.

Hahnemann recebeu uma bolsa para estudar na Escola de Saint-Afra, e desde o princípio foi notado pelos colegas e professores. Ao terminar ele escreveu um artigo intitulado “A curiosa construção da mão”, onde descreve minuciosamente a sensibilidade da mão e como esta trabalha.

Neste momento ele já tinha interesse pela cura e assim, em 1775 foi para Leipzig estudar Medicina, porém no último ano, dirige-se a Viena, pois as faculdades não permitiam o contato médico-paciente.

O Hospital-Escola de Viena era muito importante e revivia um momento hipocrático, com início do Humanismo e a retomada da Filosofia Grega.

E porque é importante saber isso? Porque foi Hipócrates (médico grego conhecido como o pai da medicina) quem declarou: Similia Similibus Curentur, que é a base da homeopatia e quer dizer “semelhante cura semelhante”. Também foi Hipócrates quem demonstrou que a doença é um processo natural, que os sintomas são reações do corpo perante a enfermidade, ao médico cabia o papel de ajudar as forças naturais defensivas do corpo, onde o organismo seria capaz de restabelecer a saúde perdida. Então, os médicos hipocráticos limitavam-se a dar condições de recuperação ao paciente, tais como higiene, expurgos, repouso e dieta. E isso ao menos, impedia que os doentes fossem submetidos a tratamentos, que muitas vezes eram mal concebidos e venenosos.

Nessa época, estavam sendo criadas enfermarias, eles começaram a sistematizar as doenças, criaram ambulatórios e laboratórios. Revisaram a catalogação dos medicamentos e todos os sintomas que faziam parte de cada um deles. Hahnemann participou deste momento de profunda reestruturação da Escola.

Lá ele podia observar e participar de perto do tratamento do paciente, porém, após muitos dias de intenso trabalho, ele se retira, desgostoso do fracasso dos seus esforços, do valor de seus remédios, de seu próprio saber e das teorias ensinadas. Ele escreve:

“Há um Deus que é todo bondade, todo sabedoria: deve haver, por ele criado, um meio certo de curar as doenças. Porque este meio certo de curar as enfermidades ainda não foi encontrado, uma vez que 20 séculos faz que existem homens que se dizem médicos?”

Defende sua tese na Universidade de Erlanger, sobre “As enfermidades da alma – os loucos”, após chegar ao manicômio e constatar os castigos e torturas empregados. Nesse momento, mostra um dos lados mais admiráveis de seu caráter: ao se dar conta da legitimidade da causa que defende, de organizar um método terapêutico suave, volta-se com intrepidez e coragem, sem que nada o detenha, combatendo o regime antigo, nunca fazendo pacto com a falsidade ou o poder.

Começa a trabalhar como médico de um rico barão, que era administrador de todas as minas da Transilvânia. Assim, Hahnemann entra em contato com os mineiros, observa como eles adoeciam e compila seus sintomas. Ele era muito querido pela família e o Barão o iniciou na Ordem da Maçonaria, que, na ocasião, detinha os segredos da Alquimia.

Lendo fábula de La Fontaine, “O lobo e o cão”, se deu conta de que perdera a liberdade e, apesar de estar vivendo bem, ele não estava conforme com a forma que a medicina tratava as pessoas naquela época e despede-se, dizendo:

“O verdadeiro médico é aquele que vai atrás dos enfermos, sem descanso, os busca, luta desesperadamente contra a enfermidade, se instala à cabeceira do enfermo, de todos os enfermos, do maior número deles. Só assim se adquire ciência. Esse é o fim supremo de minha vida”.

Então ele se muda e além de trabalhar como tradutor, trabalha como químico em uma farmácia, onde, além de conhecer a sua esposa, Joanna Leopoldina Henriqueta Kuchler, produz importantes trabalhos na química e higiene industrial.

Em 1790, ao traduzir a Matéria Médica do escocês Willian Cullen, ficou muito insatisfeito com a explicação da eficiência da quina/china/quinino (cinchona officinalis) no tratamento da malária. Então, Hahnemann resolveu fazer uma experiência em si mesmo. Diz ele:

“Tomei, como experiência, duas vezes ao dia, quatro dracmas de boa quina. Meus pés e as extremidades dos dedos logo ficaram frios; fui ficando lânguido e sonolento, depois ocorreram palpitações de coração e o pulso ficou fraco; ansiedade intolerável, tremor, prostração de todos os meus membros; em seguida, latejamento na cabeça, vermelhidão das faces, sede, e, resumindo, apareceram todos esses sintomas, que são ordinariamente característicos da febre intermitente, um após o outro, sem, no entanto, o frio peculiar e o calafrio.

Em suma, até mesmo esses sintomas que ocorrem regularmente e são especialmente característicos – como o embotoamento da mente, aquela espécie de rigidez dos membros e, acima de tudo, a desagradável sensação de entorpecimento, que parece ocorrer no periósteo, espalhando-se para todos os ossos do corpo – tudo isso apareceu. Esse acesso durava duas ou três horas de cada vez e só reaparecia se eu repetisse a dose; caso contrário, não; interrompi a dosagem e fiquei com boa saúde”.¹

Essa experiência o fez relembrar o conceito da Similitude, da cura pelos semelhantes. Desta forma, ele aplicou a droga em um indivíduo doente e obteve resultados positivos, confirmando, assim o conceito hipocrático, sendo este o marco inicial da sistematização da homeopatia.

Em 1810 publicou a primeira edição de seu livro “Organon da Arte de Curar”, que ainda hoje é considerada a obra base da homeopatia.

Outra importante contribuição para a saúde e bem estar da humanidade foi a identificação de um desencadeador das doenças crônicas, ao qual ele chamou de “Miasma”.

Casou-se pela segunda vez aos 80 anos com a francesa Marie Melanie D’Ervilly Gohier (que, para conseguir conhece-lo, se vestiu de homem) e foi viver em Paris. Neste momento Hahnemann médicos ortodoxos e a Associação dos Farmacêuticos lutavam para que ele não praticasse a homeopatia e os médicos franceses solicitaram ao ministro da instrução pública, que o impedisse de praticar a medicina, ao que o ministro respondeu:

“Hahnemann é um sábio de grande mérito. A ciência deve ser para todos. Se a homeopatia é uma quimera ou um sistema sem valor, cairá por si própria. Se ela é ao contrário, um progresso, se expandirá apesar de nossas medidas proibitivas, e a Academia deve lembrar-se antes de tudo que tem a missão de fazer progredir a ciência e de encorajar as descobertas”.

Assim, Hahnemann exerceu a homeopatia com muito sucesso até os 88 anos, quando faleceu em 2 de Julho de 1843. Ele foi enterrado no cemitério de Montmartre. Mas sua fama e popularidade sobreviveram a sua morte e, em 1898, seus restos mortais foram transladados para o cemitério de Père Lachaise, junto aos imortais da França.

Hoje a homeopatia é praticada em diversos países e, apesar de ter princípios muito sólidos, através de grandes homeopatas e estudiosos, ela continua se desenvolvendo e chegando, cada vez mais, a mais pessoas.

Assista ao vídeo no youtube! =D

https://youtu.be/1YkC1B3EuV8

¹VITHOULKAS, GEORGE, Ciência e Cura, ed. Círculo do Livro

PS: Essa biografia foi baseada em várias fontes, como livros e anotações de cursos e palestras, mas principalmente da obra “Homeopatia sem dúvida”, de Maria Regina Galante Nassif, ed. Paulinas